Médico acusado de causar a morte de 3 pacientes vira réu na Justiça por homicídio; cirurgião também é suspeito de outras 39 mortes

  • 21/12/2023
(Foto: Reprodução)
João Batista do Couto Neto também é suspeito de ter causado lesões corporais em mais 114 pessoas. Ele chegou a ser preso em 14 de dezembro, enquanto atendia em um hospital no interior de São Paulo, mas foi solto uma semana depois e responde pelos crimes em liberdade. Médico João Couto Neto, investigado no RS Reprodução/RBS TV O médico João Batista do Couto Neto se tornou réu na Justiça do Rio Grande do Sul pelos homicídios de três pacientes em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele ainda é investigado pela Polícia Civil por ter causado as mortes de mais 39 pacientes e lesões em outros 114. Pacientes e pessoas que trabalhavam com ele contam que o médico chegava a realizar quase 30 cirurgias em uma manhã, de fazer procedimentos que não eram necessários e até de ter dado um diagnóstico falso de câncer raro (confira os relatos abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 RS no WhatsApp No dia 30 de novembro, ele foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) em três inquéritos. As vítimas eram dois homens e uma mulher. Em 6 deste mês, o Ministério Público (MP) fez a denúncia à Justiça, que aceitou a acusação no dia 12, tornando o cirurgião réu, o que faz com que ele comece a ser julgado pelos crimes. O g1 entrou em contato com o advogado que faz a defesa dele na tarde desta quinta-feira (21), mas ele não havia respondido ao pedido de manifestação a respeito do caso até a publicação desta reportagem. Prisão VÍDEO mostra prisão de médico em hospital de Caçapava; ele é suspeito de 42 mortes João Couto chegou a ser preso após ser indiciado. A prisão ocorreu em 14 de dezembro, enquanto ele trabalhava em um hospital da cidade de Caçapava, no interior de São Paulo (saiba, abaixo, por que o médico podia continuar trabalhando). Menos de uma semana depois, foi solto por decisão judicial: através de um habeas corpus da defesa dele. Detalhes do entendimento do Judiciário para conceder a liberdade ao médico não foram divulgados, pois a decisão está sob segredo de Justiça. Apesar disso, o g1 apurou que, no alvará de soltura, a Justiça determinou condições para que Couto conseguisse a liberdade. Além de ficar impedido de atuar como médico enquanto o processo seguir em andamento, o médico também não pode tentar contato com supostas vítimas ou testemunhas, por exemplo. No documento, a Justiça estabelece ainda que João Couto só poderá entrar em hospitais ou outros estabelecimentos de saúde se estiver na condição de paciente. Registros profissionais regulares no RS e SP O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) informou que "tomou as medidas cabíveis e instaurou os procedimentos legais", que incluem a abertura de sindicância e de processos ético-profissionais. O Cremers acrescentou que João Batista do Couto Neto está com registro regular, podendo exercer atividade médica sem impedimentos. Em fevereiro deste ano, João Couto se registrou no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Em nota, a autarquia informou que "embora ele possua registro secundário no estado de São Paulo, segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina, como todas as acusações são fora do nosso estado, cabe às autoridades e ao Conselho do Rio Grande do Sul apurar os fatos". (Leia a íntegra abaixo) Desde outubro deste ano, não há medida cautelar que impeça que João Couto volte a realizar cirurgias e intervenções invasivas. Havia uma decisão da Justiça, prevendo a proibição por 120 dias, cujo prazo expirou. "Embora não haja mais restrição, ele optou por não realizar [cirurgias], ao menos por ora", sustenta o advogado do médico. Médico João Couto Neto, investigado pela polícia no RS Reprodução Inquéritos policiais Segundo o titular da 1ª DP de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach, ainda restam 39 investigações de homicídio e 114 de lesão corporal envolvendo o cirurgião. A conclusão de novos inquéritos dependem do envio de laudos por parte do Departamento Médico Legal de Porto Alegre. "Procedimentos complexos, farta documentação a ser analisada, laudos a serem recebidos pelo Instituto Médico Legal (IML)", explica o delegado. Pacientes e familiares protestam contra o cirurgião João Couto Neto, em Novo Hamburgo Relatos de ex-pacientes "Engoliu palito de dente" Um paciente de 52 anos, que prefere não ser identificado, afirma que um pequeno desconforto no umbigo o levou ao consultório de João Couto Neto em um hospital em Novo Hamburgo. O tratamento de hérnia umbilical teve o acréscimo de uma retirada de pedra na vesícula. O homem foi liberado no mesmo dia. No entanto, em casa, ele disse que a recuperação foi um dos piores momentos da sua vida. "Eu passei muito mal, uns dois dias, muito mal. Era vômito, vômito. Dor, muita dor. Dor que eu não desejo pra ninguém", afirma. Ele voltou ao hospital e foi submetido a uma nova cirurgia pelo médico. A companheira do paciente desconfiou da justificativa dada por Couto. O cirurgião teria sugerido que um palito de dente engolido poderia ter causado a lesão. "Me perguntou se ele tinha o hábito de mastigar palito de dente, que ele poderia ter engolido um palito e ter furado. Eu disse que ele não tinha esse hábito", conta. Foi então que eles decidiram mudar de médico e de hospital. "Eu me desesperei, perdi a total confiança, até porque eu já ouvia de funcionários lá dentro me incentivando a trocar, porque a fama dele dentro do hospital não era boa", diz a companheira do paciente. Médico João Couto é preso enquanto atendia em hospital no interior de São Paulo "Tinha um câncer muito raro" A motorista Simone Ferreira Campos afirma que foi operada há 11 anos pelo médico para retirar um nódulo no intestino. "Retirou do meu intestino, segundo ele me falou quando eu voltei da anestesia, 10 centímetros para cima do nódulo e 10 centímetros para baixo do nódulo do meu intestino, pois eu teria um câncer muito raro que ele não saberia como tratar", conta. No entanto, após uma biópsia, foi comprovado que a paciente não tinha câncer. "Veio como endometriose. Então, não tinha nenhum tipo de câncer, nenhum problema do meu intestino", diz. Fazia quase 30 cirurgias por manhã Uma técnica de enfermagem que trabalhou no mesmo hospital que João Couto diz que o número de cirurgias diárias que o médico fazia chamava a atenção da equipe. "Ele fez em uma manhã, 27 cirurgias, uma manhã só. Não é possível, porque teria que ficar parado esperando um paciente atrás do outro na mesma mesa. Não tem como, até porque a aparelhagem não é suficiente para isso, a instrumentação não é suficiente para isso", afirma a profissional, que prefere não ser identificada. Paciente de médico João Couto Neto no RS Reprodução/RBS TV VÍDEOS: Tudo sobre o RS

FONTE: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/12/21/medico-acusado-de-causar-a-morte-de-3-pacientes-vira-reu-na-justica-por-homicidio.ghtml


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